terça-feira, 18 de agosto de 2020

SAÚDE | COVID-19 Identificação e atendimento precoce são medidas eficazes para controlar avanço da Covid-19, defende especialista


Apesar da Covid-19 estar presente em quase 99% dos municípios brasileiros, mais da metade das cidades (3.838) registram, atualmente, entre 2 a 100 casos. De acordo com o Ministério da Saúde, em relação aos óbitos, quase 3.630 municípios tiveram registros, mas cerca de 765 deles apresentaram apenas um óbito confirmado.

Diante desse quadro, tanto o governo quanto especialistas perceberam que a identificação e o monitoramento precoce da Covid-19, associadas as outras estratégias, podem ajudar a conter as taxas de contaminação e de mortes pela doença causada pelo novo coronavírus. É o que explica a professora do curso de Saúde Coletiva, da Universidade de Brasília (UnB), Carla Pintas Marques.

“Quanto mais rápido fizermos esse acompanhamento, mais rápido controlaremos a doença. Assim, o vírus deixa de circular porque aquele indivíduo que está positivo para a Covid-19 vai ficar em isolamento, até passar o período da quarentena, disse Carla Pintas Marques, professora do curso de Saúde Coletiva, da Universidade de Brasília (UnB).

Neste caso, quando se trata de um atendimento precoce, a especialista se refere à atenção primária. Segundo Carla, como praticamente todos os municípios do país possuem esse tipo de atendimento, se esse trabalho for feito com seriedade, é possível sim, que a doença deixe de avançar nas cidades brasileiras.

No mês de junho, o Ministério da Saúde anunciou que iria repassar recursos aos municípios que criassem dois serviços no âmbito do SUS, com o objetivo de reforçar a identificação e atendimento precoce de casos leves da Covid-19. Um deles é o Centro de Atendimento para Enfrentamento à Covid-19 e o outro o Centro Comunitário de Referência para Enfrentamento à Covid-19.

Segundo a secretária substituta de Atenção Primária à Saúde, Daniela Ribeiro, o trabalho desenvolvido no âmbito desses dois serviços precisa estar diretamente ligado à atenção primária. Dessa forma, ela acredita que haverá sucesso na contenção do avanço da Covid-19 e de outras doenças que preocupam os brasileiros.

“A rede de atenção primária à saúde tem que estar organizada, tem que permitir a continuidade das ações. As vacinas precisam ser ofertadas. Os diabéticos e os hipertensos precisam ir a farmácia básica pegar suas medicações. O acesso tem que existir, principalmente nesse momento“, afirmou Daniela Ribeiro, secretária substituta de Atenção Primária à Saúde.

A Pasta já credenciou, até o momento, mais de 2.420 Centros de Atendimento em quase 2.070 municípios em todas as regiões do país. Essas estruturas podem ser implantadas em Postos, Centros de Saúde, Clínicas da Família ou Policlínicas.

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